quarta-feira, 23 de junho de 2010

Janelas em Cena




Eu tenho olhado o cotidiano através de janelas, da janela do meu quarto, da janela do carro, da janela do ónibus, da janela do computador, mas antes de todas essas visões tenho olhado da janela dos meus olhos e estou plenamente encantada com a metódica vida que passa diante deles. Desde a minha infância minhas janelas tem acompanhado coisas e situações distintas em tempos distintos, e tenho me perguntado se o tempo fosse outro os acontecimentos seriam os mesmos? É pode ser que sim. Bem prefiro continuar com na posição de não querer mudar o tempo, minhas janelas já estiveram fechadas e meus pensamentos a transformaram em tela de exibição. Sim, a vida não tem cortes, não existem edições ou reparos de cenas o que existe são otimos efeitos de cena e belos cenários, uma música no momento do encontro, uma chuva no momento de solidão, um banco em frente a um lago no momento de reflexão, pessoas em um terminal na sua rotina diária, sem incluir a boa actuação dos actores lógico. As cenas das nossas vidas só podem ser bloqueadas por nós mesmos, as cenas que me desagradam sinceramente me servem de estudo pra um próximo roteiro, as que me agradam logicamente estaram incluídas nas próximas películas... O ser humano em si não se atem as coisas simples mas grandiosas, costuma ser relapso naquilo que não está no centro da cena, nós seres humanos temos a incrível capacidade de menosprezar o que satisfaz as nossas janelas e embelezam a alma. Os coadjuvantes exercem um papel único, o de completar a cena e nos dar respaudos para sabermos qual o sentido proposto pelo diretor, a mão que escreve o roteiro custeia observando o cotidiano através das janelas, mas não se prende nem à folha nem à janela ele apenas reinventa tudo o que vê através dela. Cada detalhe é um sopro Divino e os olhos só atentam para o que é visível em grande escala ao invés de visualizarem o que só se pode ver com a alma.

3 comentários:

  1. Deve ser por isso que os olhos são a janela da alma. Mas de uma maneira distorcida, é como olhar-se no espelho e saltar de dentro à fora.

    Ah, leia um post meu que se chama: no me gusta que escriba sobre mi.... Nele falo da liberdade, reflito sobre se é possível ser liberto e civilizado ao mesmo tempo.

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  2. pra mim o individuo é aquilo que enxerga, sabe? nosso mundo começa de dentro pra fora, as vezes acreditamos que o sujeito é fruto do meio, mas o meio é fruto de cada individuo, cada um de nós constrói um pedaço daquilo que observamos

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  3. Janelas da alma. Lindo, Nath.
    abraços,
    Carlos Eduardo
    veredaspulsionais.blogspot.com

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